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A expressão arte bruta (em francês Art Brut) foi concebida por Jean Dubuffet, em 1945, para designar a arte produzida por criadores livres da influência de estilos oficiais, incluindo as diversas vanguardas, ou das imposições do mercado de arte.
Dubuffet via nesses criadores - oriundos de fora do meio artístico, a exemplo dos internos em hospitais psiquiátricos e os autodidatas isolados não doentes - a forma mais pura de arte. O suíço Adolf Wölfli (1864-1930), que viveu em um asilo de alienados desde 1895 até sua morte, é apontado por Dubuffet como autor símbolo da arte bruta.
Em 1948 é fundada pelo pintor francês Jean Dubuffet a Companhia de Arte Bruta, com o objetivo de constituir uma coleção dessas obras. E Dubuffet fundou em 1976 o museu Collection de L'Art Brut, em Lausane (Suíça) com obras de artistas como Carlo Zineli, Aloïse, Adolf Wolfli, e Henry Darger, o maior museu do género em todo o mundo. Em 1967 acontece exposição importante no Musée des Arts décoratifs de Paris, apresentando uma seleção de 700 obras.
O artista autodidata que desenvolve o seu trabalho criativo, sem influência da arte erudita ou mesmo da arte popular tradicional, responde a uma forte motivação intrínseca e muitas vezes utiliza materiais e técnicas inéditas e improváveis.
O termo Outsider Art foi cunhado pelo crítico de arte Roger Cardinal, em 1972, traduzindo para o inglês o conceito de Art Brut. De notar que "brut" foi utilizado por Dubuffet no sentido francês de "crua", e dado que em português "bruto" significa pessoa violenta e traduz ideia depreciativa, hoje é mais utilizada a expressão internacional Arte Outsider.
O Museu Miguel Bombarda, em Lisboa, aberto ao público desde 2004 e que se mantém após o encerramento do Hospital em 2011, exibe parte da mais antiga e maior coleção de Arte Outsider/Arte de Doentes de Portugal, com cerca de 5000 obras, abrangendo todas as décadas do século XX, incluindo autores como Jaime Fernandes, José Gomes, Joaquim Demétrio e o poeta-pintor Ângelo de Lima, publicado na Orpheu por Fernando Pessoa.